Patrão Invisível
By admin | Maio 26, 2008
Somente a partir do próximo dia 27 de maio é que começaremos a trabalhar para pagar nossas contas pessoais, pois, até esta data, trabalharemos exclusivamente para pagar impostos aos governos federal, estadual e municipal.
Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a carga tributária brasileira atualmente é 40,51%, ou seja, todo o contribuinte irá trabalhar 4 meses e 27 dias somente para pagar impostos. Não obstante, as projeções são ainda piores, pois conforme dados do IBPT, após 2.020, a carga tributária irá saltar para 50,09%, fazendo que o brasileiro trabalhe metade de sua vida apenas para pagar impostos.
Com efeito, além de trabalharmos para um patrão invisível (Governo), a sua contrapartida é uma verdadeira esmola, eis que os serviços básicos oferecidos aos cidadãos são precários, como a segurança, educação e saúde de baixa qualidade.
Ademais, atualmente o contribuinte convive com uma alta carga tributária e uma forma muito difícil de administrar estes impostos. As empresas convivem com 59 tributos dentre taxas, contribuições e tarifas, e 93 obrigações acessórias que têm de serem cumpridas para efetivar o pagamento dos tributos. Toda esta burocracia consome em média 1% sobre a receita bruta anual das empresas, somente com o preenchimento de guias, acompanhamento de mudanças e arquivo de documentos. Quanto as pessoas físicas, o número de impostos cai, mas não tanto. São 38 impostos, taxas e contribuições pagos pela média dos brasileiros.
A dificuldade em entender a extensa legislação tributária e a alta carga fiscal, contribuem para o aumento da sonegação, levando o governo a inventar novas maneiras de tributar ao invés de aumentar o combate a sonegação.
Os brasileiros estão sufocados pela alta carga tributária paga no país, que tem como escopo primordial sustentar a estrutura ineficaz do Governo.
Diante deste quadro caótico, urge que o Governo Federal tome medidas drásticas, aprovando uma reforma tributária que resulte na redução e simplificação da cobrança dos impostos e no combate à sonegação fiscal. Caso contrário, continuaremos a trabalhar cada vez mais para um patrão invisível e explorador.
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